Foto: Samuel Kobayashi
A tarefa era difícil para o Maná: levantar um público ávido por Coldplay e Maroon 5 e que já havia tido pequenas catarses com os hits de Frejat e Skank. Eles tentaram e em alguns momentos até conseguiram, mas na maior parte do tempo a resposta da platéia foi apenas protocolar. Quando o vocalista Fher Olvera ordenava “arriba las manos”, a multidão obedecia, mas poucos refrães foram cantados, poucas palmas foram genuínas.
O repertório enxuto ajudou para que o show não tivesse buracos, mas nos momentos em que Fher ficava preso no centro do palco tocando violão, o público ficava silencioso. A balada quase-Oasis “Labios Compartidos” foi uma das que mais sofreu com o problema e às vezes parecia que a platéia estava mais interessada em aparecer nas câmeras da Globo e do Multishow do que assistir ao que a banda tocava no palco.
“Latinoamerica”, uma espécie de “Que País É Esse?” chicana, passou despecebida, mesmo com seus temas de união pan-americana que parecem ser a cara do Rock in Rio.
Hit mundial na versão da banda com Santana, mas conhecida no Brasil em ritmo sertanejo com Leonardo, “Corazón Espinado” trouxe Andreas Kisser para o palco, em mais uma das participações que o guitarrista fez durante o festival.
“Rayando El Sol” passou batida pela multidão, que só foi se ligar quando “Vivir Sin Aire” foi tocada. Sucesso no Brasil por ter sido tema da personagem de Aline Moraes em “Mulheres Apaixonadas” (2003), a música teve a melhor recepção de todo o show, feito que não foi repetido por outro hit de novela, “En El Muelle De San Blas”. A faixa entrou na trilha da novela das 6 “Sabor Da Paixão”, mas o refrão difícil de ser cantado deixou o público sem saber o que fazer.
“Clavado A Un Bar” encerrou a apresentação no limite entre a indiferença da platéia e a emoção da banda. Fher tentou diversas vezes fazer com que o público cantasse o refrão do que é umas das músicas preferidas dos “manáticos”, como são chamados os fanáticos por Maná. Os fãs de Maroon 5 e Coldplay responderam com um silêncio constrangedor, mas se renderam quando o vocalista voltou ao palco vestido com a camiseta da seleção brasileira e empunhando uma bandeira do México colada com a do Brasil.
No encerramento, Fher chutou para platéia várias bolas de futebol, mas, como a multidão já havia indicado, todas bateram na trave.
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